Antonio Candido foi um dos grandes nomes da crítica literária e ensaística brasileira. Deixou como legado uma obra volumosa e profícua, desenvolvendo um potente método de análise que relaciona literatura e sociedade, método que se mantém atual, infundindo vigor no campo dos estudos literários. Legou também importante contribuição no campo do pensamento social brasileiro.
Para além da obra, permanece a memória da singular figura humana de Antonio Candido. Um mestre devotado à ampla partilha do conhecimento e da própria experiência de vida, dotado de profundo compromisso ético com a humanidade e com a construção de uma sociedade digna.
Neste ano de 2018 em que completaria cem anos, o Sesc presta homenagem a Antonio Candido por meio de um ciclo de palestras que almeja focalizar seu legado, voltando-se para aspectos da contribuição do crítico na cultura e sociedade brasileiras. As mesas-redondas evidenciam o seu importante papel como professor/intelectual, a interação com personalidades e instituições, a militância socialista - recortes que consideramos relevantes para entender a envergadura do crítico e de sua presença em nosso tempo.
Abertura
Quarta Feira - 18/07/2018
14h às 16h
Abertura musical. Os Parceiros do Rio Bonito
Convidado: Passoca
Abertura institucional
Danilo Santos de Miranda – Diretor Sesc São Paulo
Alexandre Saes – Vice-diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin
Flavia Toni – Vice-diretora do Instituto de Estudos Brasileiros – IEB
Mesa 1 – Antonio Candido em família
O intelectual no âmbito familiar, relação com as filhas, familiares e amigos. A mesa propõe lançar um olhar sobre Antonio Candido paralelamente à da figura pública. A memória dos familiares chama a atenção para as partilhas do afeto e da convicção.
Convidada: Laura de Mello e Souza
16h30 – 18h30
Mesa 2 – Gilda de Mello e Souza e Antonio Candido
A parceria iniciada na colaboração para a revista Clima e que se estendeu por mais de 60 anos.
Os depoimentos de amigos e ex-alunos de Gilda e Antonio Candido elucidam os diálogos e os vínculos constituídos pelo casal na vida e na academia.
Convidados: Augusto Massi, Carlos Augusto Calil e Heloísa Pontes
Quinta – feira - 19/07/2018
14h às 16h
Mesa 3 - Afeto e convicção: retratos de Antonio Candido
A mesa tenciona apresentar um retrato em movimento de Antonio Candido, sua visão de mundo, sua formação e o compromisso com a formação do cidadão. A presença indelével de suas convicções, que ainda permanecem naqueles que conviveram com ele.
Convidadas: Walnice Nogueira Galvão e Telê Ancona Lopez
16h30 – 18h30
Mesa 4 – Itinerário crítico
A mesa convida pesquisadores para discutir o itinerário crítico da obra de Antonio Candido, de sua atuação na revista Clima às suas principais publicações nas áreas de sociologia e literatura.
Convidados: Maria Augusta Fonseca , Rodrigo Martins Ramassote e Luiz Carlos Jackson
18h45 – 20h45
Mesa 5 - Antonio Candido, Na sala de aula
“Não se cruza com alguém assim impunemente”, afirma Adélia Bezerra de Menezes sobre a sua experiência como aluna de Antonio Candido. A figura do professor entra em debate nesta mesa, nos testemunhos de seus ex-alunos.
Convidada: Adélia Bezerra de Menezes, Ismail Xavier e Norma Seltzer Goldstein
Sexta –feira - 20/07/2018
14h00 – 16h00
Mesa 6 – Antonio Candido, América Latina
Esta mesa se propõe a refletir sobre a potência dos diálogos de Antonio Candido com intelectuais da América Latina, bem como a difusão e repercussão de seu pensamento crítico.
Convidado: João Cezar de Castro Rocha
16h30 – 18h30
Mesa 7 – Diálogos, correspondência
A correspondência de um intelectual fornece importantes elementos biográficos e históricos; as cartas testemunham a configuração de redes de sociabilidade, formas de difusão do pensamento dos interlocutores e gestos de intervenção cultural. Esta mesa-redonda devota-se a observar os diálogos epistolares de Antonio Candido, com escritor Mário de Andrade, com o crítico Alceu Amoroso Lima e com o sociólogo Florestan Fernandes.
Convidados: Marcos Antonio de Moraes e Leandro Garcia
18h45 – 20h45
Mesa 8 – A reflexão política de Antonio Candido
A mesa coloca em pauta os ideais e a atuação política de Antonio Candido.
Convidado: Paulo Vannuchi e Max Gimenes
Encerramento: Homenagem musical.
Convidado: Passoca
Laura de Mello e Souza, Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (1986) e Livre-Docência em História Moderna pela Universidade de São Paulo (1993). Foi docente do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo desde 1983, encontrando-se aposentada desde agosto de 2014. Desde setembro de 2014, ocupa a cátedra de História do Brasil na Universidade de Paris IV - Sorbonne. É membro da Academia Brasileira de Ciências.
Augusto Massi, é professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo desde 1990.Como poeta, publicou Negativo (SP: Companhia das Letras, 1991), Vida errada (RJ: 7 Letras, 2001) e Gabinete de curiosidades (em parceria com Lu Menezes. SP: Luna Parque, 2016). Como crítico, organizou e prefaciou Retratos Parisienses (RJ: José Olympio, 2013), de Rubem Braga; Poesia traduzida, de Carlos Drummond de Andrade (em parceria com Júlio Guimaraes Castañon. SP: Cosac Naify, 2011), Poesia completa de Raul Bopp (RJ: José Olympio, 2014). Também escreveu o posfácio da Poesia reunida, de Adélia Prado (RJ: Record, 2015) e um ensaio para Aniki Bóbó, de João Cabral (RJ: Verso Brasil, 2016). Participou da organização de A ideia e o figurado, último livro de crítica de Gilda de Mello e Souza (SP: Editora 34/ Duas Cidades, 2005).
Rodrigo Martins Ramassote, Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Campinas (2013). Atualmente, realiza Pós-doutorado no Departamento de Antropologia Social da Universidade de São Paulo (USP) onde está vinculado ao Coletivo Artes, Saberes e Antropologia (ASA). Desde 2006, exerce o cargo de Técnico em Ciências Sociais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). É editor-assistente da Série Patrimônio Cultural e Extensão Universitária.
Ismail Xavier, Doutor em Teoria Literária, sob orientação do professor Antonio Candido e professor da ECA-USP desde 1971. Também foi professor-visitante na Universidade de Nova Iorque (1995),[3] na Universidade de Iowa (1998) e na Université Paris III - Sorbonne Nouvelle (1999).[4] É membro do conselho consultivo da Cinemateca Brasileira desde 1977. Faz parte do conselho editorial das revistas acadêmicas Novos Estudos Cebrap e Literatura e Sociedade. Uma coletânea de entrevistas foi publicada por Adilson Mendes (Editora Beco do Azougue).
Luiz Carlos Jackson Livre-Docente em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é professor associado do Departamento de Sociologia da USP.
Adélia Bezerra de Meneses, fez Mestrado e Doutorado, orientada pelo professor Antonio Candido. Lecionou Teoria Literária e Literatura Comparada na USP e na UNICAMP (onde se aposentou) e também, Literatura Brasileira na Technische Universität de Berlim. No presente atua como Professora Colaboradora Voluntária junto à Pós-Graduação do DTLLC da USP. É Pesquisadora do CNPq.
João Cezar de Castro Rocha, Doutor em Letras pela UERJ e em Literatura Comparada pela Stanford University (EUA); e Pós-Doutor em Letras pela Freie Universität Berlin (Alemanha) e pela Princeton University (EUA). Professor Titular de Literatura Comparada da UERJ, foi presidente da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC- 2016-2017). Autor de 11 livros e organizador de mais de 20 títulos.
Max Gimenes, bacharel e licenciado em ciências sociais e mestre em sociologia pela FFLCH-USP. Atua como editor e como pesquisador nas áreas de sociologia da cultura e dos intelectuais e de pensamento político brasileiro, desenvolvendo atualmente investigações sobre a vida e a obra de Antonio Candido. Faz parte do Grupo Interdisciplinar de Teoria Crítica (Grite) da FFLCH-USP.
Leandro Garcia, pós-doutor e doutor em Estudos Literários pela PUC-Rio, pós-doutor em Teologia pela Faculdade de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da UFMG, diretor do Acervo dos Escritores Mineiros da UFMG. É especialista na obra de Alceu Amoroso Lima, especialmente a sua epistolografia.
Paulo Vannuchi é graduado em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde estudou de 1977 a 1980, com mestrado em ciência política também pela USP. Ocupou o cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, de 21 de dezembro de 2005 a 31 de dezembro de 2010, tendo sido Presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo e do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura no Brasil. Foi co-fundador do Instituto Cajamar e assessor político da direção nacional do Partido dos Trabalhadores do Brasil. Foi também secretário executivo da coordenação nacional da campanha Lula Presidente, em 1994 e 2002. Ocupou vários cargos, inclusive o de Presidente, no Instituto Cidadania, atual Instituto Lula. Ocupou o cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, de 21 de dezembro de 2005 a 31 de dezembro de 2010, tendo sido Presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo e do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura no Brasil.
Norma Seltzer Goldstein, mestre e doutora em Letras pela Universidade de São Paulo onde atua na pós-graduação de Filologia e Língua Portuguesa. Desenvolve pesquisas em Estilística da poesia e Lingüística Aplicada ao ensino de português. Dentre outros, publicou: Versos, sons, ritmos, Ática, S. Paulo, 14ªed. 2007; A literatura de Jorge Amado, Cia. das Letras, S. Paulo, 2008; O texto sem mistério – leitura e escrita na universidade, em co-autoria, Ática, S. Paulo, 2009.
Heloisa Pontes, Professora Titular do Departamento de Antropologia (IFCH) da UNICAMP. É autora, entre outras publicações, de "Destinos mistos: os críticos do Grupo Clima em São Paulo" (Companhia das Letras, 1998) e "Intérpretes da metrópole.
Passoca, cantor e compositor. Lançou o primeiro disco, um compacto, em 1978. Desde então, lançou mais seis discos e participou de alguns outros, como os do projeto "Violeiros do Brasil".
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