Amândio Reis integra um programa de estágio para brasilianistas na BBM e tratará sobre aspectos da obra machadiana em sua palestra e em seu projeto de pesquisa


Publicado em 18/08/2025

Por Elena Souza


No dia 27 de agosto, às 14h, será realizada na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) a palestra Um era eu: coisas que falam em Machado de Assis, por Amândio Reis, professor da Universidade de Lisboa, em Portugal. A palestra marca o início de Reis como pesquisador na BBM.

Amândio Reis é docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sendo, pela mesma instituição, licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos, mestre em Estudos Românicos e doutor em Estudos Comparatistas. Seus estudos têm como foco principal as formas breves na literatura portuguesa e na literatura brasileira entre os séculos XIX e XX.

Na Biblioteca, ele desenvolverá pesquisa no âmbito do Programa Brasilianistas na BBM, que incentiva o diálogo entre pesquisadores vinculados a instituições estrangeiras e a comunidade acadêmica da USP. Em seu projeto, intitulado Entrelinhas e entre laudas: uma investigação de contos e crônicas de Machado de Assis a partir do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, Reis explorará a vasta coleção machadiana abrigada pela BBM.

Confira a ementa da palestra Um era eu: coisas que falam em Machado de Assis proposta pelo pesquisador:

Entre a vasta produção contística de Machado de Assis, que se estende ao longo de cinco décadas, de 1858 a 1907, e ascende a mais de duzentos títulos, encontramos algumas – poucas, mas importantes – histórias protagonizadas e narradas por objetos: botas, alfinetes, linhas, agulhas. Por um lado, tentar-se-á compreender estas “coisas que falam” a partir de certa tradição literária, baseada na personificação, ou na prosopopeia, com desenvolvimentos específicos nos séculos XVIII e XIX. Por outro lado, reconhecendo estes objetos enquanto emblemas da cultura material oitocentista e radicais figuras de linguagem, será dada especial atenção ao modo como eles podem também representar uma poética da prosa machadiana, virada para os seus próprios motivos e o seu contexto, mas em diálogo com o mundo e a literatura. Tendo em conta a óbvia tensão que elas estabelecem com vários pressupostos do realismo literário, procurar-se-á questionar uma visão puramente descodificadora destas ficções, refletindo em torno da ambiguidade que elas instauram entre antropomorfização e reificação, fazendo das coisas pessoas e, talvez, das pessoas coisas.

Programa Brasilianistas na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin

Por meio de estágios de pesquisa de curta duração, o Programa Brasilianistas na BBM propõe o intercâmbio de pesquisadores vinculados a instituições de pesquisa e ensino no exterior. Participam do Programa pesquisadores cujo assunto de interesse esteja relacionado aos estudos brasileiros e possa estabelecer diálogo com o acervo da Biblioteca. A partir dessa iniciativa, a BBM visa a contribuir com a internacionalização da Universidade e difundir o acervo brasiliano, assim como idealizado por seu doador José Mindlin. Dessa forma, espera-se que a rede de pesquisa sobre o Brasil seja fortalecida.

Para mais informações sobre o Programa Brasilianistas na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, clique aqui.

Serviço:

Palestra Um era eu: coisas que falam em Machado de Assis, por Amândio Reis, da Universidade de Lisboa

Quando: 27 de agosto de 2025, às 14h

Onde: Sala do Conselho, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - Rua da Biblioteca, 21, Cidade Universitária, São Paulo

Quanto: entrada gratuita e sem necessidade de inscrição prévia


Foto Amândio Reis: divulgação/ Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.