Betty Mindlin publica artigo sobre Eunice Paiva no Jornal da USP

A autora do texto é antropóloga e membro do Conselho Deliberativo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP, e também é uma das filhas do casal Mindlin, doadores do acervo que fundou a BBM

Publicado: 10/01/2025

Por Eliete Viana

Nesta semana, dois assuntos foram destaques no Brasil: a premiação da atriz Fernanda Torres no Globo de Ouro, por sua atuação no filme “Ainda estou aqui” interpretando Eunice Paiva, e os dois anos dos ataques que invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro de 2023.

No artigo “Palácio do Governo: a porta de vidro forçada, o contrário do 8 de janeiro de 2023”, publicado no Jornal da USP em 07/01/2025, Betty Mindlin une os dois assuntos ao contar um episódio do qual ela fez parte e envolveu Eunice Paiva, como um exemplo de reivindicação pacífica em tempos de democracia. “Eu ousaria chamar o episódio de “O oposto do 8 de janeiro de 2023: empurrando a porta de vidro do Palácio do Planalto”, diz Betty no artigo.

Betty Mindlin publica texto no Jornal da USP

O evento aconteceu em 10 de janeiro de 1990, e teve a participação de um grupo de ativistas, estudiosos, artistas e indígenas que foi em comitiva ao Palácio do Planalto para tentar realizar uma audiência com o então presidente José Sarney com o intuito de reivindicar a demarcação de 4.938.100 hectares das terras Kayapó Mekranogti.

Os manifestantes eram Eunice Paiva, Raoni Metuktire, Sting, Gilberto Gil, Rita Lee, Roberto de Carvalho, Arnaldo Antunes, Olympio Serra, então presidente da Fundação Mata Virgem, Megaron Metuktire, diretor do Parque Nacional do Xingu, Jorge Terena, da União das Nações Indígenas, mais representantes do Conselho da Fundação Mata Virgem (FMV), como Carmen Junqueira, André Villas Boas, Roberto Baruzzi, Sidney Possuelo, Walter Alves Neves e Betty, como conselheira da FMV e, mais tarde, da Rainforest Foundation.

No texto, Betty comenta um pouco sobre a sua relação com Eunice Paiva (e também a de seus pais Guita e José Mindlin). E destacou também as ações de Eunice relacionadas às questões indígenas, como jurista, escritora e em organizações não governamentais.

”Não seria possível, nem no livro nem no filme, explorar a obra completa das ações de Eunice. São no mínimo 300 povos indígenas, cada um uma saga, um enredo, uma história de costumes, línguas, enfrentamentos, resistência. Tarefa para estudiosos, há muitos arquivos e documentos, buscas a fazer com os colaboradores e instituições que Eunice assessorou. Algo, no seu caso, como o que fez Rubens Valente no livro Os fuzis e as flechas, mergulhando em cada caso e situação de um povo.

Que a versão Eunice na visita ao Planalto em 1990 sirva de estímulo. Um brasão, fogo reavivado por Marcelo Paiva e pelo filme, ela está aqui”, ressalta Betty.

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