Na tarde do dia 11 de outubro, a equipe da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP visitou o acervo da Casa Museu Ema Klabin, localizada na Rua Portugal, 43 – Jardim Europa, na cidade de São Paulo.
O objetivo da visita foi possibilitar à equipe da BBM – participaram 24 pessoas: da direção, servidores técnico-administrativos, estagiários e bolsistas – conhecer outros espaços que dialogam com o acervo da Biblioteca e trocar experiências. Segundo o diretor da BBM, Alexandre Macchione Saes, a ideia é realizar, futuramente, outras visitas à instituições culturais para estabelecer uma troca de saberes.
”É um prazer estabelecermos relações já que temos acervos semelhantes”, destacou Cristiane Alves, coordenadora do Educativo da Casa Museu Ema Klabin, no início da visita.
A equipe da BBM fez uma visita guiada, com o educador Rafael Cavalcanti Peppe, à exposição A palavra impressa, 1492–1671 ( A palavra impressa, 1492-1671 - Livros raros Biblioteca Ema Klabin), que esteve em cartaz de 15 de julho a 15 de outubro, e apresentava alguns livros raros da bibliófila Ema Klabin, os quais correspondem aos dois primeiros séculos de produção do livro impresso. Além de conhecer os espaços da Casa Museu, que mantém os objetos que pertenciam à Ema quando ela morava no local. Durante a visita, o curador Paulo de Freitas Costa também conversou com o diretor da BBM.
Ema Klabin morou na casa durante 40 anos (ela faleceu com 87 anos, em 1994) e todos os objetos expostos foram colecionados por ela, uma coleção bem eclética e de vários continentes. A decoração da Casa mistura muitos estilos, sendo que a inspiração para a construção do espaço é de um Palácio na Alemanha.
A peça mais antiga da coleção de Ema tem uns 3 mil anos e serve para aquecer o vinho, uma mesa multifuncional do quarto é do século XVIII. Há livros raros, mas também do cotidiano de leitura de Ema, como pode ser visto na Biblioteca dela.
Ema Klabin
Nascida no Rio de Janeiro em 1907, Ema Gordon Klabin era filha dos imigrantes lituanos Hessel Klabin e Fany Gordon Klabin. Seu pai, naturalizado brasileiro em 1923, foi um empresário que se distinguiu no desenvolvimento da indústria do papel e da celulose no país. Ela foi educada no Brasil e na Europa (Alemanha e Suíça) e, além da atividade empresarial, assumida em 1946 com a morte de seu pai, dedicou-se a inúmeras atividades filantrópicas e assistenciais, dentre as quais se destaca o papel desempenhado na construção do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Apreciadora de música e de arte, Ema teve uma significativa atuação na vida cultural da cidade, com participação nos conselhos de instituições culturais, além de promover artistas, participar de leilões beneficentes em prol das entidades que apoiava e realizar concertos em sua própria casa com artistas de renome.
A partir do final dos anos 40, passou a adquirir importantes obras de arte em diversas galerias europeias e norte-americanas, e comprou diversas peças de outros colecionadores brasileiros e de diplomatas estrangeiros de passagem pelo Brasil. Além de algumas peças que ornamentavam a antiga residência paterna, Ema formou, no pós-guerra, um importante conjunto de telas de pintura europeia, além de alguns itens de mobiliário europeu antigo.
Logo começou a acalentar o sonho de construir uma residência onde pudesse conviver com o belo acervo que ia se formando e onde pudesse receber seus familiares, amigos e artistas em ambiente refinado. A casa, feita sob medida para abrigar sua coleção, foi inaugurada no final de 1960.
Já no final de sua vida, e não tendo herdeiros diretos, Ema preocupou-se com o destino de sua coleção e, como sua irmã Eva Klabin Rapaport fizera no Rio de Janeiro, criou a Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, para que se criasse um novo museu aberto à visitação pública.
A Casa Museu Ema Klabin tem por missão salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.
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Com informações da Casa Museu Ema Klabin